Garagem é um lugar onde se guardam carros.-.Garagem é o lugar onde a banda toca.-.Garagem é o lugar onde se guardam as ferramentas.-.Mas essa garagem é um lugar diferente.-.Que nem todo mundo entende...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Movimento Salve a TV Cultura

Em plena campanha eleitoral, nos deparamos com uma grande polêmica, as tvs públicas do Brasil e a "falta" de verba do governo para manter a tv cultura no ar.


Para entender...

"Ex-secretário de Cultura do Estado de São Paulo, João Sayad assumiu a presidência da TV Cultura em junho com a missão de reduzir a TV pública paulista a uma simples TV estatal. Com o aval do ex-governador José Serra e do atual governador, Alberto Goldman, Sayad pretende reduzir ao máximo a produção de programas e cortar o número de funcionários em quase 80%, dos atuais 1.800 para 400". (Bene - em Brasilianas.org)

Quem não assistiu Bambalalão, Mundo da Lua, Anos Incríveis,Programa livre, Fanzine (com o grande, Marcelo Rubens Paiva - primeiro apresentador de auditório portador de deficiência física) e tantos outros que fizeram parte da infância de muitos adultos de hoje?!! Raros são os programas destinados a EDUCAR e entreter (no sentido verdadeiro da palavra)nas Tvs privadas abertas. O que vemos são desenhos altamente violentos, jornalismo, novelas e cultos religiosos em excesso.


A única tv pública de canal aberto do Estado mais rico do Brasil, que apresenta uma programação sem apelação, destinada a multiplos gostos e idades, marco de uma geração, encontra-se a-me-a-ça-da ao extermínio.
A televisão é o meio mais acessível que a grande massa utiliza para se entreter, por que não unir o útil ao agrádavel?!? Fazer de um meio de comunicação público, um canal de acessibilidade às coisas públicas, uma alternativa ao lazer, unindo informação, socialização e aprendizado. Afinal, este é o papel das Secretarias da Educação e Cultura.

O que choca é a tão importante e falada educação, colocada em primeiro lugar nas propostas e debates eleitorais pelos candidatos nestas eleições (antes mesmos da saúde), deixar de ser importante da noite para o dia, disvinculando a responsabilidade do governo em aprimorar o setor,empregando verbas para a melhoria e qualidade educacional do Pais.

Ao invés de criar meios para recuperar aquilo que se têm, no caso a TV Cultura, prefere-se cortar custos, terceirizar ou até privatizar,como tantas outras vezes se fez, declarando-se total incompetencia em gerir e manter em poder do Estado aquilo que é PÚBLICO.

Mais uma vez, o POVO têm os seus direitos à educação, cultura e lazer negados, o exercício da cidadania ferido, em um País DE-MO CRÁ-TI-CO.
Que possamos nos lembrar de todas estas coisas em tempos futuros e oportunos!!!

Saiba mais: http://www.brasilianasorg.com.br/materia-artigo/falta-de-consciencia-sobre-tv-publica-e-historica

Texto : Zizi Marques

Colaboração e Revisão: Bruno de Pierro - Jornalista e Revisor do Garagem

Supervisão: Ana Carlolina Gomes - Pedagoga

E chame o guincho! ( Por Andre Hidemi )

O uso do guincho de transferência tem me ajudado bastante em casa e na ABDIM. Com ele, posso ser transferido de um lugar para outro, sem necessitar de muitas pessoas para ajudar, de forma confortável, sem me machucar e sem correr o risco de cair.


Ele livra também do problema de saber a forma de segurar cada paciente, pois cada um tem um jeito e o guincho, na prática, uniformiza-o. Na ABDIM, ele ajuda os pacientes na hora da transferência da cadeira de rodas para a maca da Fisioterapia Motora.

Lá, temos dois guinchos, devido ao grande movimento na associação. Ele dispõe de uma selete resistente que envolve o corpo, de uma haste forte para levantar a selete com o corpo, controle remoto para acionar a transferência e de um carregador de bateria. Mas é necessário ter cuidado e manutenção, pois já houve queda do guincho comigo em cima dele.

Uma noite, em casa, meu pai sem querer retirou um parafuso errado para abrir os pés do guincho. Quando iniciou a andar, do nada, o guincho começou a tombar para o lado e foi com tudo, comigo em cima. No fim, acabei apenas torcendo a perna, não havia quebrado.

Comigo em cima da selete no chão, não sabia o que fazer, uma vez que a haste do guincho não podia abaixar a uma altura na qual a selete podia alcançá-la.

Depois de muito pensar e calcular surgiu uma idéia. Tivemos que improvisar uma corda forte e colocar na haste e pegar uma cadeira. Assim, amarramos a corda na haste por um lado, e por outro amarramos a selete. Subimos um pouco a haste pelo controle remoto e colocamos uma cadeira embaixo de mim.

Firme na cadeira, tiramos a corda e montamos o guincho normalmente e pusemos o parafuso no lugar correto dessa vez. No fim, deu tudo certo e fui para a cama no guincho mesmo.

Seria interessante que os hospitais e os centros de tratamento médico passassem a adquirí-lo, pois uma das maiores dificuldades encontradas nestes lugares consiste na transferência para se fazer os exames e os tratamentos. Para os cuidadores, o guincho representa um alívio para as suas dores nas costas.



A apresentação deste slide mostra o guincho propriamente dito e a remoção do André para atendimento na Abdim.

Supervisão: Ana Carolina Gomes

Revisor: Bruno de Pierro

Colaboração:  Archibalde Pouza Neto – Fisioterapia motora e Railto Campo dos Santos - Estagiário

                                                                                         


Trabalho ( Por: José Aparecido )

A vida de uma pessoa com algum tipo de necessidade especial não é fácil. Além da limitação física, há outras limitações que dificultam o acesso ao lazer, ao estudo e à convivência social; limitações que poderiam ser menores ou mais fáceis de transpor. Para tais situações, dependemos de leis que nem sempre são cumpridas e respeitadas pelos governantes que ali estão para fazê-las.

A dificuldade de acesso a vários locais, entre eles ao transporte, lazer, escola e trabalho limitam a inserção do deficiente físico à integração, principalmente ao trabalho que, neste caso, mesmo com a legislação, que diz que as empresas devem ter até 5% de pessoas com necessidades especiais, muitas empresas não o fazem alegando falta de qualificação profissional.

O importante é não desistir dos seus sonhos, deve-se sempre buscar a realização de seus deles, por mais difíceis que possam parecer. A vida é única e devemos seguir sonhando, pois, quando menos se esperam, poderemos realizá-los. Pode não ser aquele carro novo, a casa que imaginamos, mas é possível e devemos tentar realizar todos eles.

Quando adolescente, não acreditava que poderia realizar os meus desejos, sonhos: era incrédulo de certa forma, mas sempre pensei que o melhor que poderia fazer para mudar a minha vida seria estudar. Já no segundo ano do ensino médio, conheci algumas pessoas especiais que me incentivaram a estudar mais e buscar algo melhor na minha vida, foram acima de tudo amigos. Naquele ano (1996), a turma já pensava no que fazer, qual o curso superior escolher, e foi quando decidi estudar para prestar vestibular. No ano seguinte fazíamos grupos de estudo e cursos preparatórios. Acabei me interessando pelo curso de Administração de Empresas. Para minha decepção não passei nos vestibulares que prestei, mas não desisti - em 1998/99 passei no vestibular para Administração na FEAO-FITO, minha primeira vitória, um dos meus sonhos realizados.

Na faculdade tudo ia bem, mas faltava um emprego, já estava no terceiro ano e procurava o meu primeiro emprego, veio uma oportunidade boa de trabalhar na BEI como recepcionista. Foi muito bom. Aprendi muito com o serviço e com as pessoas, mas infelizmente deixei a empresa para terminar o estagio obrigatório. Depois de terminá-lo e me formar, fiquei um bom tempo sem trabalhar; comecei a enviar currículos e fazer provas de concursos públicos, mas não conseguia nenhum emprego em empresas privadas ou em órgãos públicos. Foram anos difíceis, mas nunca desisti, sempre estava tentando buscar um novo emprego.

No final de 2006, por indicação de um amigo consegui um emprego em uma transportadora, a Expresso Araçatuba, como auxiliar administrativo. Lá, aprendi muita coisa e ganhei novos amigos, que me ajudaram muito. Mas ainda não estava satisfeito. Apesar do ambiente da empresa ser ótimo, profissionalmente eu queria algo melhor. Em 2008, prestei concurso para técnico do INSS, passei e fiquei esperando que eles me chamassem para trabalhar. Só em abril de 2010, quando nem esperava mais nada do concurso, é que fui chamado para trabalhar, e hoje atuo como técnico do INSS.

O importante de tudo isso na verdade é que devemos valorizar os nossos sonhos e nunca desistir deles, por mais difíceis que sejam se não tentarmos nunca vamos conseguir, um vencedor nunca desiste dos seus sonhos ele pode receber vários não, mas sempre vai buscar o sim, por mais difícil que seja o seu sonho, sempre se devesse tentar lutar por eles.

Supervisão: Ana Carolina Gomes
Revisão: Bruno de Pierro

Alonga de lá que eu alongo de cá... (Por: Vinicius Tavares)

Alongamento na Distrofia Muscular é sempre um assunto de curiosidade e interesse de todos. O repórter Vinícius Tavares realiza uma bate-bola com a fisioterapeuta motora da Abdim Sheila Evangelista de Matos, que tira as principais dúvidas de pacientes com distrofia.










Perguntas:

1-Os exercícios da motora são importantes para cada paciente?

R: Com certeza sim, pois o programa de exercícios é individual e direcionado para as dificuldades e limitações de cada um.

2-Nossos músculos são fortalecidos quando faz motora?

R: Nas distrofias musculares a fisioterapia tem sempre o intuito de manter a força muscular que o pode apresentar, mas não que isso não possa ocorrer durante os exercícios propostos.

3-Você acha que os pacientes se sentem bem?

R: O bem estar e melhor qualidade de vida são objetivos da fisioterapia motora, e acredito que os pacientes sentem-se bem melhor com as terapias.

4-Qual parte do músculo é importante para nós?

R: Todos os músculos do corpo humano são importantíssimos e desempenham funções diferentes. Por exemplo, os músculos dos membros são responsáveis pela nossa locomoção;os da caixa toráxica, pela respiração; o coração (também é um músculo) é responsável pela circulação sanguínea; etc.

5-Se, por exemplo, um paciente para de fazer motora, pode atrofiar mais? Por que é importante fazer?

R:A atrofia muscular geralmente ocorre por um processo patológico ou por desuso. Deste modo, deixar de realizar fisioterapia é colaborar para inatividade do corpo, resultando em várias complicações físicas.










Supervisão: Ana Carolina Gomes
Revisão: Bruno de Pierrô
Colaboradora: Sheila Evangelista de Matos



Minha Nutrição ( Por Paulo Alexandre )

Meu nome é Paulo Alexandre da Silva Abreu e estou escrevendo em forma de depoimento sobre minha alimentação, que passou por momentos de dificuldades durante a vida.

As dificuldades foram muitas, pois só comia alimentos gordurosos. Hambúrguer, nuggets, churrasco e Mcdonalds eram constantes. Todo domingo, eram as únicas coisas que comia e não podia ouvir falar de salada, suco natural e outras coisas “saudáveis”.

A mudança foi muito difícil, mas tive que acabar com esse péssimo habito.

A partir de então houve uma transformação geral em casa, inclusive das pessoas que moram comigo - minha mãe e minha irmã. A alimentação delas acabou mudando e ajudando-me a manter a dieta.

Agora, no café da manhã eu como pão integral, no almoço comecei a dieta comendo duas colheres de arroz, (antes eu comia oito), variando um dia carne moída, frango e, de sobremesa, como uma fruta e um copo de suco natural. Comecei a comer de três em três horas, o que me faz não sentir tanta fome no jantar.

Com a ajuda de todos, e acompanhamento nutricional emagreci, muitos quilos, e estou me sentindo muito melhor comigo mesmo.

Colaboração e Apoio : Cristina Salvione - Nutricionista (foto)
Supervisão: Ana Carolina Gomes
Revisão: Bruno de Pierro

domingo, 29 de agosto de 2010


Um relato acidental !!! (Por: Felipe Roldão)

Tudo começou no dia 07 de outubro de 2008. Fazia um dia frio e chuvoso, e eu tinha 21 anos e minha irmã, Rafaela 03.

Ah, como ela era fofinha. Queria ajudar a todos, principalmente o vulgo “Pi”, que na ocasião era eu.

Estávamos na porta da padaria e a pequena Rafaela quis me levar para dentro de casa, no mesmo instante em que chegou um cliente para comprar uma bala. A minha sorte foi que, antes de ela ter essa idéia, minha mãe - com seu imenso cuidado - lembrou de colocar o cinto em mim, porém, esqueceu-se do mais importante: travar a cadeira.

Ela até colocou a mão para travar, mas, por ironia do destino a cadeira não travou. No instante que ela foi atender o cliente fiquei sozinho com a Rafaela.

Após a chegada do cliente, minha próxima visão foi a do portão, ou seja, Rafaela não agüentou o peso da cadeira e eu acabei caindo, o portão abriu, o cinto afrouxou um pouco e o incidente só não foi maior, porque a cadeira caiu do lado contrário da Rafaela.

A primeira pessoa que vi depois da queda foi meu vizinho Alan, que viu todo o acidente e foi tentar ajudar. Não sei como aconteceu, só sei que caí em cima do braço, que se partiu em três pedaços.

Nesse momento pensei que o mundo tivesse acabado, pois a primeira coisa que veio à mente foi nunca mais poder mexer no computador.

Foram longos três meses de recuperação com o braço imobilizado.
Nesse período conheci duas pessoas que foram a minha salvação, pois já estava sem esperanças de mexer no computador. São eles o Rogério e o Pedro.

Rogério, Terapeuta Ocupacional da ABDIM, apresentou-me um aplicativo chamado Micro Fênix, que funciona como um facilitador para o uso do computador, pois com o clique de uma tecla o mundo se abriu. Utilizei esse aplicativo por 1 ano e meio.

Nesse período o Rogério se desligou da ABDIM e eu conheci o Pedro, e com a ajuda dele criamos um anel que funciona como mouse, e novamente as portas se abriram e desde então o utilizo para dar asas à minha imaginação.

O relato desse acidente no blog é uma maneira de eu agradecer aos terapeutas ocupacionais e principalmente os dois, Pedro e Rogério, que me deram a oportunidade de fazer o que eu mais gosto nas horas livres... Mexer no computador.

Fica aqui meu sincero agradecimento ao Rogério, que retornou para a ABDIM, e para o Pedro, que não trabalha mais aqui, porém, me ajudou muito.


IMPORTANTE:

O relato do nosso amigo Felipe, nos chama atenção, do quanto devemos estar atentos com a segurança do usuário de cadeira de rodas... Então, vale à pena registrar!!!
Lembre – se de reconhecer as suas limitações, checar se o cinto de segurança está muito solto ou preso e se o fecho não está abrindo facilmente ( relaxado ).
Utilizar o cinto de segurança SEMPRE, quando a cadeira estiver em movimento ou dentro de um veículo adaptado.

Supervisão: Viviane de Miranda Montagnini
Revisão: Bruno de Pierro

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Saber para entender...

Numa reunião de pauta do garagem online surgiu a proposta de mostrar as varias formas de tratamento sob o ponto de vista dos próprios freqüentadores. Foi escalada então uma verdadeira equipe de jornalismo que saiu a cata de toda e qualquer informação Abdim a fora, nossos repórteres e redatores entrevistaram profissionais e colheram depoimentos de alguns pacientes. Vale salientar que nossa matéria não tem nenhum cunho cientifico, tomara também ela sirva de referencia para os milhares de distróficos espalhados pelo Brasil e que o envolvimento durante a elaboração da mesma torne a relação paciente-profissional um pouco mais humana.

Introdução: Valdir Higino

Apresentamos a seguir o trabalho dividido em partes:

Estica e puxa... ( Por Alex Alan )




Exercícios de Alongamentos devem ser feitos todos os dias, para prevenir complicações aos pacientes com distrofias musculares. Por meio de um manual, o fisioterapeuta passa orientação aos pais e pacientes para complementar o tratamento na Abdim. Na entrevista com a fisioterapeuta Julia ela fala sobre esse assunto.

1-Quais os benefícios dos alongamentos domiciliares?

R: Por causa da tendência a retrações articulares, os alongamentos podem prevenir as deformidades mantendo as articulações íntegras. Os alongamentos devem ser feitos diariamente para ter o efeito esperado, por isso devem-se realizar os alongamentos em casa para complementar o tratamento.

2-O paciente pode fazer alongamentos sem a prescrição da fisioterapeuta?

R: O ideal é que o paciente seja orientado por um fisioterapeuta, que é profissional capacitado para isto.




3-Quantas vezes por semana os alongamento devem ser feitos?

R: Os alongamentos devem ser realizados diariamente.

4-Como o fisioterapeuta orienta os pais?

R: Aqui na Abdim temos um manual de alongamentos com fotos ilustrativos e explicações. Temos um manual para cuidadores e outro para o paciente. Pais, cuidadores e pacientes são orientados duas vezes por ano pelos fisioterapeutas para garantir que estão realizando corretamente e sempre podem tirar duvidas.

5-Quais as conseqüências de não realizar os alongamentos?

R: O aparecimento das deformidades pode ser mais precoce, isso pode dificultar ate mesmo para andar. Também pode causar dor e dificuldade no posicionamento na cadeira de rodas.


Supervisão: Ana Carolina

Revisão: Bruno de Pierro

Colaboração da Fisioterapeuta Motora: Julia Satie Nishiguchi

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Bipap ( Por Johander e Eurípedes )

Os pacientes Johander Busato e Eurípes Costa Dias elaboraram uma entrevista com a Equipe de fisioterapia respiratória, sobre o uso do Aparelho Bipap


1.Qual é a importância do uso do bipap? E como o bipap ajuda a respiração?

O uso do Bipap é importante na medida em que existe uma fraqueza dos músculos inspiratórios e ocorre alteração das trocas gasosas - oxigênio e gás carbônico. Como conseqüências aparecem sinais e ou sintomas como: cefaléia matinal (dor de cabeça); taquicardia (coração disparado); dispnéia ( sensação de falta de ar); fadiga, pesadelos, défict de atenção; dificuldade para acordar; sonolência diurna; emagrecimento dentre outros. O bipap faz o papel dos músculos inspiratórios, permite que o pulmão funcione normalmente, mantém as trocas gasosas adequadas, permitindo uma boa oxigenação do organismo como um todo, elimina os sinais e sintomas de hipoventilação noturna melhorando a saúde e qualidade de vida das pessoas que estão em ventilação mecânica não invasiva através do bipap.

2.Como funciona o bipap?

É um aparelho que funciona com dois níveis de pressão, uma pressão inspiratória e outra pressão que mantém os pulmões expandidos no final da expiração. As pressões são individuais para cada paciente e pré estabelecidas após avaliações respiratórias realizadas pelo Fisioterapeuta a cada 3 meses e que determinam a medida das pressões para cada fase da doença do paciente. O aparelho retira o ar do ambiente, pressuriza e envia para os pulmões.

3.Que aparelho é o bipap?

É um ventilador mecânico, que pode ser usado nos hospitais ou domicílios, e auxilia os pacientes que tem algum quadro de insuficiência respiratória. Pode ser utilizado com máscaras nasais ou faciais e nas traqueostomias, dependendo de cada caso. As máscaras devem ser adaptadas de acordo com o rosto de cada paciente e revezadas para que não ocorram lesões faciais.

4.No que o bipap ajuda?

O bipap faz com que o seu ritmo respiratório volte ao normal, fazendo com que os seus pulmões voltem a ser expandidos por completo, melhorando as trocas gasosas, consequentemente, oxigenando melhor o seu organismo.

5.Por quanto tempo pode se usar o bipap?

Não existe tempo pré estabelecido, a conduta é individual, todas as pessoas necessitam usar durante o sono e algumas pessoas precisam usar também durante algumas horas no período diurno, existe há possibilidade do uso contínuo durante um quadro de infecção pulmonar, acelerando o processo de recuperação do paciente e até a orientação de usar o aparelho sempre por 24 horas, cada caso é um caso, e a conduta deve ser discutida com o seu Fisioterapeuta Respiratório. Não existe limite para o uso do bipap, quando ele é corretamente indicado deve ser usado com a segurança de que vai ser um companheiro agradável na nossa jornada.

6.O que acontece quando não usa o bipap?

Como já foi descrito nas questões anteriores, o bipap é fundamental para a saúde e qualidade de vida das pessoas, a possibilidade do não uso do aparelho pode ter como conseqüência: quadros infecciosos repetitivos, o aparecimento dos sinais de hipoventilação noturna descritos na questão nº 1, comprometendo o sono, tendo retenção de gás carbônico (CO2) devido a fraqueza da musculatura inspiratória, evoluindo para narcose, coma pelo acúmulo de CO2, podendo evoluir para óbito se não voltar a usar o aparelho corretamente.

7.Como faz a limpeza do bipap?

A limpeza do aparelho é simples, basta um pano úmido. O mais importante é a higienização dos equipamentos que vem com o bipap: as máscaras, o circuito e o umidificador. A máscara deve ser higienizada com água e sabão neutro todas as vezes que for utilizada, é importante que antes da colocação da máscara faça uma limpeza correta do rosto, pois o contato da máscara com a pele suja e oleosa pode causar lesões. O circuito deve ser lavado com água e sabão neutro ao menos uma vez por semana, é importante deixar em uma bacia para lavá-lo também por dentro, enxaguar bem e secar pendurado a sombra, não deixar gotículas de água dentro do circuito elas podem ir para os pulmões do paciente. Trocar diariamente a água do umidificador e se o modelo permitir lavar por dentro, se for o modelo fechado, solicitar a troca quando estiver sujo.

8.De quanto em quanto tempo pode trocar o filtro?

Temos dois filtros no bipap: o preto que é responsável por filtrar a sujeira mais grossa e o branco que filtra as impurezas menores. O filtro preto deve ser lavado sempre que estiver com acúmulo de sujeira e o filtro branco trocado sempre que ficar escuro ( de cinza para preto). A troca depende da localização da residência, áreas mais poluídas exigem que você observe a cada 7 ou 10 dias se já é o momento de troca, há a possibilidade de que a troca seja feita a cada 15 ou 30 dias, o importante é sempre observar a qualidade dos filtros e nunca ventilar com filtros sujos.

9. Para que serve o download do bipap?

Para a monitorização durante o sono. Quando começamos a utilizar o bipap ele faz o registro de diversos dados: pressões, volume de ar que entra nos pulmões, tempo de uso, dias de uso, horário do uso, a velocidade com que o ar entra nos pulmões, a freqüência que respiramos e outros. Esses dados são importantíssimos para a monitorização do paciente principalmente durante o sono, através da interpretação dos dados garantimos uma ventilação adequada para cada paciente e podemos orientar a melhor adesão ao uso do aparelho.

10.Para que serve o desenho da rampa no bipap?

Quando ligamos o bipap, a pressão do ar vem forte, algumas pessoas não se adaptam a essas pressões, temos o recurso de usar a rampa para fazer com que as pressões diminuam por um tempo determinado e aumentem gradualmente durante o uso do aparelho até chegar a pressão estabelecida. A rampa é mais utilizada no período de adaptação ao bipap, com o passar do tempo algumas pessoas não necessitam deste recurso.


A equipe de Fisioterapia Respiratória se orgulha de participar deste projeto que demonstra o interesse de todos pela importância do tratamento respiratório e continuamos a disposição para o que for necessário.

Participação: Simone G. de Andrade Holsapfel e Jairo Fiorato Júnior - Fisioterapeutas

Colaboração: Setor de Fisioterapia Respiratória

Supervisão: Ana Carolina Gomes - Pedagoga

Revisão: Bruno de Pierro

Respirar é preciso ( Por Italo Herrero )

Nesta edição do Garagem Online, publicaremos matérias sobre os setores de fisioterapia da ABDIM, para assim informar a respeito das novidades, e da importância dos tratamentos e procedimentos realizados.

Estou responsável pelas matérias do setor de fisioterapia respiratória.
O objetivo da fisioterapia respiratória é avaliar a função respiratória dos pacientes e prevenir as complicações pulmonares. Consiste na aplicação de técnicas que melhoram a capacidade de insuflação máxima, e também do acompanhamento semanal dos pacientes com ou sem indicação de ventilação não-invasiva (vide uso de Bipap).

Voltando à questão de eficácia da tosse, resolvi elaborar uma matéria sobre o Cough – Assist, um equipamento que nos ajuda, e muito, no tratamento da tosse, quando estamos secretivos ou enfrentando uma pneumonia.


Entrevistei os fisioterapeutas Daniel Santana e Karine F.T. de Oliveira, alunos do curso de especialização de Intervenção Fisioterapeutica nas Doenças Neuromusculares, e estagiários do setor de Fisioterapia Respiratória da ABDIM.

O que é o Cough Assist e qual sua finalidade?

O Cough Assist é um aparelho de insuflação e exsuflação mecânica não invasivo que auxilia na tosse, retirando secreções e higienizando os pulmões e vias aéreas além de promover reexpansão pulmonar.

Como funciona o Cough Assist?

O aparelho funciona automático ou manualmente, em que se determina um nível de pressão que vai entrar no pulmão (insuflação) e um nível de pressão que sai do pulmão (exsuflação). Essas pressões são oferecidas em sincronia com a respiração do paciente onde na inspiração o paciente enche o pulmão de ar e na expiração realiza uma tosse.
Para quais diagnósticos é recomendável o uso do Cough Assist?

O Cough Assist pode ser utilizado em qualquer paciente que tenha fraqueza da musculatura respiratória e ou ineficácia da tosse. È importante que antes da utilização do aparelho o paciente passe por uma avaliação pelo fisioterapeuta para que se possa saber se o mesmo tem condições de utilizar o aparelho

Quais as melhorias que o Cough Assist possibilita na qualidade de vida do usuário?

Nos pacientes que estão com um quadro de secreção pulmonar o Cough Assist auxilia na remoção dessas secreções prevenindo assim os riscos de infecção respiratória, morbidade e mortalidade.
Quais as vantagens de ter um Cough Assist em casa ?

Em primeiro lugar, a família que possui um Cough Assist em casa deve ser bem orientada pelo fisioterapeuta quanto ao uso do mesmo. O Cough Assist possibilita a remoção da secreção de forma não invasiva promovendo maior conforto ao paciente e um menor tempo de internação.
Obs: Maiores informações no site da Abdim: http://www.abdim.org.br/ clicando em Doenças Neuromusculares - Especialistas falam sobre o Assunto http://www.comtacti.com/dnm/; incluindo um video explicativo feito pela nossa fisio-respiratória Adriane Nakashima.

Texto : Italo Herrero
Supervisão: Ana Carolina Gomes dos Santos
Revisão: Bruno de Pierro


Mãos que trabalham por outras mãos ( Por Adolfo Luiz )

A importância da Terapia Ocupacional (TO) nas Distrofias Musculares e a função das orteses, com dicas de uso e alguns modelos para conferir são os assuntos abordados na entrevista com Silvia Junko e Adriana Klein, ambas do setor da TO da Abdim na entrevista feita pelo repórter Adolfo Luiz da silva. Confira:


· QUAL É A FUNÇÃO DAS ORTESES DA MÃO?
Alongar as mãos para não encurtar os músculos.

· O IDEAL É USAR QUANTAS HORAS AS ORTESES?
O ideal é usar durante 4 horas.

· TEM COMO SABER SE O PACIENTE PRECISA USAR ORTESES?
Sim. Pelas avaliações que são feitas uma vez por ano.

· QUAL É O NOME DO MUSCULO DA MÃO E DO COTOVELO, QUE PRECISAM SER ALONGADO USANDO AS ORTESES?
Os músculos da mão se chamam flexores de dedos e punho. E do cotovelo se chamam flexores de cotovelo.

· QUAL A FUNÇÃO DA T.O. NO PACIENTE NEUROMUSCULAR?
Ajudar o paciente a ter uma vida mais útil, não deixar encurtar os músculos, e ajudar nas atividades diárias, como desde escovar os dentes, comer, tomar água e tomar banho.

· SÓ O PACIENTE NEUROMUSCULAR PRECISA DE T.O.?
Não. Pacientes com:Paralisia Cerebral, Autismo, Neuromuscular, Deficiência Mental, Auditiva e Visual.

Dicas sobre órteses.

· EXISTEM DOIS TIPOS DE ÓRTESES, A DE REPOUSO E A FUNCIONAL.

· ÓRTESES DE REPOUSO: SERVE PARA NÃO DEIXAR ENCURTAR OS MÚSCULOS DA MÃO OU DO COTOVELO.

· ÓRTESES FUNCIONAIS: SERVE PARA POSICIONAMENTO TANTO DOS DEDOS OU DO PUNHO, PARA FAZER ATIVIDADES DIÁRIAS.

Principais modelos de órteses utilizados em pacientes com Distrofia Muscular:
























Supervisão : Ana Carolina Gomes
Correção : Bruno de Pierro

Glub, glub... ( Por Douglas maciel )

A entrevista com as fisioterapeutas da ABDIM Renata Ferrari Silva e Débora Ciotek de Castro, ambas da fisioterapia aquática, teve como mote as seguintes questões: Por que alguns pacientes entram na piscina e outros não; quais os métodos que usam para cada paciente; por que não há atendimento em alguns dias; no que a terapia aquática ajuda; o que as fisioterapeutas têm que saber para atender os pacientes; e os pacientes que tem medo de água, tem que ter uma fisioterapeuta para cada paciente.

Segue a entrevista abaixo
Repórter Douglas Maciel

1. Por que alguns pacientes entram na piscina e outros não?
A princípio, todos os pacientes que tem Distrofia Muscular têm indicação para realizar fisioterapia aquática/hidroterapia, porém há algumas condições associadas à distrofia que impedem a realização esse tratamento, como cardiopatia grave e restrição respiratória grave. Também existem outras condições que impedem temporariamente de entrar na piscina como infecção respiratória, alteração dermatológica (pele), infecção de ouvido entre outros.

2. Quais os métodos que usam para cada paciente?

O principal método utilizado na ABDIM é Halliwick, que visa à adaptação e independência na piscina. Algumas atividades do método se correlacionam com atividades funcionais realizadas fora da piscina (como rolar e levantar da cama). Também são utilizadas algumas técnicas que são modificadas e adaptadas de acordo com cada paciente como: hidrocinesioterapia e Bad Ragaz que são exercícios para grupos musculares específicos; Watsu e Ai Chi, que são técnicas de relaxamento.

3. Porque não tem atendimento em alguns dias?
Para a piscina funcionar de forma segura tanto para o paciente quanto para os fisioterapeutas é necessário seguir alguns critérios de segurança como temperatura da água, do ambiente e limpeza adequada da água da piscina (nível de cloro, pH e alcalinidade).

4. No que a terapia aquática ajuda?
A fisioterapia aquática ajuda os pacientes com Distrofia Muscular a prevenirem encurtamentos musculares e no alívio de dores, além de facilitar movimentos e funções que muitas vezes não são possíveis fora d’água, como andar, jogar bola, entre outros.

5. O que as fisioterapeutas têm que saber para atender os pacientes?

É importante que o fisioterapeuta que atenda pacientes de Distrofia Muscular na piscina saiba que, assim como na fisioterapia motora não é recomendável utilizar muita resistência ou peso durante os exercícios, respeitar os limites de cansaço assim com reconhecer seus sinais (aumento do esforço respiratório, diminuição da qualidade do exercício, entre outros), e realizar períodos de descanso. Também é necessário que o fisioterapeuta tenha conhecimento de algumas técnicas específicas para a piscina que diferem das utilizadas na fisioterapia motora.

6. E os pacientes que tem medo de água?
É comum que os pacientes tenham medo ao entrar na piscina durante as primeiras vezes, pois não sabem como seu corpo vai reagir nesse novo meio ou o que ele é capaz de realizar na água. Em gera,l o medo vai diminuindo assim que ele aprende algumas habilidades aquáticas e percebe sua potencialidade. Por isso, é importante que o fisioterapeuta passe confiança e segurança ao paciente.

7. Tem que ter uma fisioterapeuta para cada paciente?

Na maioria dos casos sim, pois cada individuo é único e tem suas particularidades e objetivos específicos a serem trabalhados na água, porém existem situações que o atendimento em dupla ou grupo é proveitoso como pacientes com quadro clínico leve e semelhante, assim um paciente incentiva o outro e torna a terapia mais prazerosa.




Video : Walter Marconcini
Supervisão : Ana Carolina Gomes
Correção : Bruno de Pierro

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Dicas de alimentação por Fernando Pacheco

Como ter uma alimentação saudável?

Uma alimentação saudável depende, principalmente, da realização de uma mudança de nossos hábitos alimentares. É aconselhável substituir os alimentos gordurosos e calóricos por alimentos naturais, tais como legumes, verduras, frutas e saladas.



Esses alimentos ajudam o nosso organismo a produzir fibras, que são importantes para diversos aspectos da saúde, principalmente para o bom funcionamento dos intestinos.

Cada alimento é importante para uma função específica do organismo; outros são importantes para diversas funções. Dentre elas, podemos destacar algumas: para não entupir as veias que levam o sangue para o coração; para o bom funcionamento do cérebro e visão, é importante tomar suco natural, vitaminas de frutas, suco de soja e iogurte natural. No caso do queijo branco, da margarina Becel e da banana, eles possuem ferro e cálcio, que também ajudam a melhorar o humor.

Outros alimentos, por sua vez, fazem muito bem para o aumento da imunidade, como, por exemplo, o abacaxi, a laranja e a acerola, sendo esta última a fruta mais rica em vitamina C. O Kiwi também possui alto teor de vitamina C, muito mais que a laranja, por exemplo.
Além desses alimentos, não podemos esquecer que devemos ingerir grandes quantidades de água durante o dia, pois ela ajuda nosso organismo filtrar as impurezas e tonifica a pele.
Não podemos deixar de mencionar o peixe, que deve ser consumido pelo menos três vezes por semana, devido ao seu alto teor de Ômega 3 - nutriente importante para o bom funcionamento do coração.



Ficam aqui, então, as dicas de alimentação de Fernando Tadeu.

Texto: Fernando Tadeu Pacheco
Supervisão : Viviane de Miranda Montagnini
Revisão: Bruno de Pierro


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Derrubando Barreiras...

Meu nome é Natalia, tenho 13 anos e sou portadora da Distrofia Muscular Congênita.

Desde meu nascimento, nunca pude andar, apenas engatinhar até os 2 anos de idade mais ou menos. Mas nem por isso meu problema me impediu de realizar meus sonhos.

Quando tentei entrar para o EMEI, a escola me barrou. Não me queriam lá. Porém, minha mãe não deixou queto; lutou até que a escola, querendo ou não, me aceitasse. E minha mãe conseguiu.

Depois do EMEI, fui para a escola fundamental I, e lá, mais outra barreira: o banheiro era impossível de ser usado por mim. E, novamente, minha mãe brigou e, após algum tempo, o banheiro foi devidamente adaptado.
Isso tudo não só beneficiou a mim, como também favoreceu outros deficientes que ingressaram posteriormente.

Agora estou no Fundamental II, em uma nova escola, com novas pessoas e onde, de novo, encontrei novas barreiras, mais complicadas. As carteiras, por exemplo, não eram adaptadas e a rampa de acesso também dificultava muito minha mãe e minha avó, as quais me ajudam na locomoção na hora do intervalo. Agora, porém, está tudo adaptado, não só para mim, mas para os outros deficientes que lá estudam também.

Minha mãe sempre ouviu coisas do tipo: Ah, mas por que você não a tira da escola? Deixe-a aprender a escrever só, isso basta! Mas minha mãe nunca concordou com isso; sempre falou: Não, a Natalia é uma pessoa como as outras, ela vai se formar sim, na escola, não só porque eu quero, mais sim porque é isso que ela quer também!

Não posso deixar de dizer que, em alguns momentos, pensei em largar os estudos pela correria de acordar às 5:30 da manhã e muitas vezes dormir tarde por causa das lições de casa. Mas sempre pensei duas vezes e falei para mim mesma: Se eu quero ser uma futura designer de moda, eu tenho que estudar! E continuei firme!

Quanto a minha vida social, posso dizer que ela é bem ativa. Todos os finais de semana eu saiu ou com minha família, ou até mesmo com amigas. Vou à missa, shows, festas, exposições etc. Tudo bem que, às vezes, é meio difícil pela condução, e principalmente porque moro numa subida. Mas isso nunca me impediu de fazer o que eu quero - se eu quero sair ou minha mãe chama um táxi, ou pegamos ônibus, metrô, trem, todos os meios de transportes possíveis.


Muitas pessoas deficientes não costumam sair hoje em dia por medo, por insegurança, dificuldades, ou até mesmo por vergonha.

Fico indignada com isso. Não é porque você é deficiente, que tem que parar no tempo, ficar praticamente vegetando em casa. O mundo está aí, a sociedade está ai, esperando vocês chegarem!

Como sempre minha mãe fala: saiba dividir seus lazeres e suas obrigações! Divido o momento de ir à missa, rezar, e participar do grupo de orações e retiros e também a hora das obrigações, entre elas ir à fisioterapia, tomar os remédios. Mas não falta tempo para a diversão, claro.
Se existe as barreiras existem, são para ser derrubadas! Nesses últimos meses, tenho ido, bastante a shows e, com isso, conheci novas pessoas e conquistei novas amizades. Tudo novo!
Estive, por exemplo, com minha prima, na Virada Cultural, em março deste ano, no palco do Rock para assistir a Pitty. Estava muito cheio, e me falaram que eu era louca de ir, que eu poderia ser pisoteada e tudo mais. No entanto, fui mesmo assim. Cheguei lá, estava lotado mesmo, e eu acabei encontrando uma menina que tem Distrofia Muscular Congênita só que negativa. Perguntei a ela o que estava fazendo no fundo, pois ela não estava enxergando nada. A justificativa foi o medo de tumultos. Insisti para que ela fosse comigo. Eu e minha mãe fomos abrindo caminho na frente, e as pessoas foram vendo que a gente estava passando e fizeram como se fosse uma corrente pra a gente ir.



Todos os estilos estavam lá, todos me respeitaram, sem preconceito algum. Quando estava quase perto do palco, a menina desistiu novamente por temer alguma confusão. Eu, ao contrário, continuei. Tanto que cheguei lá na frente e consegui chegar à frente do alambrado e assisti o show tranquilamente.


Depois, um homem que eu nunca vi na minha vida, ajudou pra que eu e minha amiga que tem Amiotrofia Espinhal entrássemos no camarim e todos foram super gentis comigo e com ela.
Agora me diga. Como pode uma pessoa dizer que deficiente não sai por vergonha, ou por insegurança?!

Se existe dificuldade é para que seja vencida.
E aqui deixo uma letra de uma música que eu gosto muito:

“ Os dias correm, somem
E com o tempo não vão voltar,
Só há uma chance pra viver.
Não perca a força, e o sonho,
Não deixe nunca de acreditar
Que tudo vai acontecer. ”Rosa de Saron - Chance"

Texto : Natalia Hipolito

Supervisão: Ana Carolina Gomes dos Santos

Revisão: Bruno de Pierro